sexta-feira, 19 de setembro de 2008

O salário do prefeito

Mônica Bichara


Os jornais A Tarde e Tribuna da Bahia de hoje (dia 19 de setembro) deram um apoio explícito à campanha do prefeito João Henrique à reeleição, quando estamparam em títulos que ele vetou o próprio aumento de salário.
Isso não é verdade. A menos que para os dois jornais JH já esteja eleito. Afinal, é público (e as matérias dizem isso) que o aumento aprovado, tanto do prefeito quanto dos vereadores, só terá validade a partir de 2009.

Pode ter sido sem querer, mas também pode ter sido sem-querer-querendo. O que é lamentável, pois passa uma idéia deturpada para os eleitores.
Em época de eleição, principalmente, o cuidado dos editores deve ser redobrado com as matérias políticas para não transformar matérias jornalísticas em material de campanha.

Por falar em eleição, a nova pesquisa Datafolha veio clarear melhor o cenário político pós-propaganda eleitoral. É sem dúvida a mais confiável e confirma tendência que o Inesp (em parceria com o site de Jânio Lopo) já previa.
ACM Neto estagnou com 27%,
JH vem em 2º com 22%, seguido de perto por
Pinheiro com 20%.
Imbassahy caiu para 3º, com 14%, e
Hilton mantém 3%.

Dois detalhes que passaram QUASE despercebidos na pesquisa Datafolha divulgada hoje.
Primeiro o resultado da intenção de voto espontânea, onde
ACM Neto mantém a dianteira com 19%, mas seguido, pela primeira vez, por
Walter Pinheiro, com 14%.
João Henrique aparece em terceiro, com 12%,
Antonio Imbassahy em quarto, com 8%, e
Hilton Coelho no fim da fila com 2%.
Em segundo lugar o empate em praticamente todas as simulações de segundo turno.

No embola-embola dos candidatos para chegar ao 2º turno, o plágio corre solto. A propaganda de Pinheiro pongou na idéia do jovem tirando uma camisa por cima da outra, para dar o troco a João Henrique, que por sua vez copiou o “Créu do 13” e lançou nas ruas o “Créu do 15”, exatamente igual. Como diz a música, “é desespero / é desespero/ é desespero...”.

2 comentários:

José Bomfim disse...

Essa do salário do prefeito revela a falta de sintonia de repórteres e editores. Quem cobre a área, no caso o repórter, sabe muito bem que o aumento se refere aos salários do próximo prefeito e dos vereadores de 2009. Aí, Mônica, ou é futurologia (pensou-se na reeleição de João Henrique e dos 41vereadores)ou falta de atenção com o trabalho mesmo. Quem perde? O leitor, o jornalismo, a credibilidade.

Ari Donato disse...

Penso que já é tempo de todos nós, tanto dentro quanto fora das redações, lembrarmos que há pessoas inteligentes e astutas (com ética e sem ética) trabalhando ao lado dos candidatos e valendo-se de deslizes e falta de atenção dos jornalistas.

Mônica, obrigado por me indicar este blog.
Coloquei o link lá no meu e vou sempre estar por aqui.