Jadson Oliveira
As matérias que li na imprensa deram mais ou menos a entender (inclusive avaliação aqui no Mídia Baiana da companheira Mônica), mas não disseram com todas as letras. Vou me arriscar a dizer: Imbassahy, apesar de não estar em boa temporada nas pesquisas de opinião, foi a grande estrela no debate promovido pela TV Aratu, no domingo, dia 21.
Creio que os demais tiveram desempenho dentro da média, dentro das expectativas.
Creio que os demais tiveram desempenho dentro da média, dentro das expectativas.
Pinheiro sempre firme e seguro, sublinhando sua ligação com Lula e Wagner;
João Henrique vendendo bem seu peixe, às vezes parecendo se assustar e se atrapalhando com o tempo;
ACM Neto (ou seria acm NETO?) mostrando segurança e preparo, se apertando no episódio que relato abaixo ao destacar a performance do candidato tucano; e
Hiiiiiilton 50 (para homenagear o belo reggae de Ednei Santana) na sua catilinária habitual, com temas que seriam pertinentes, mas, infelizmente, fora da pauta dos nossos políticos e de nossa mídia (tema que poderia ser objeto de outra discussão).
Dois momentos
Os quatro, portanto, dentro das expectativas. Imbassahy, porém, foi além das expectativas, em dois momentos:
1) Quando encarou Mário Kertész, que compôs a bancada dos jornalistas (ex-prefeito de grande popularidade e desde então conhecido pelo dom de se colocar bem diante das câmeras e dos microfones, tornou-se um influente radialista e empresário das comunicações). Encarou e deixou Kertész numa situação vexatória, exibindo agressividade e descontrole.
O tucano discutiu com Kertész sobre o episódio que resultou na ação judicial cuja sentença proibiu que o nome de Imbassahy seja citado pela Rádio Metrópole (de propriedade de Kertész).
E chamou a atenção para a mudança de posição do radialista, que durante os oito anos de prefeitura do agora tucano sempre o tratou de forma elogiosa. Mudança que se evidenciou também no tratamento dispensado a João Henrique, outrora alvo de ácidas críticas de Kertész.
2) Quando perguntou a ACM Neto quais os projetos que ele apresentou na Câmara dos Deputados, durante seus seis anos de mandato de deputado federal, com a finalidade de modernizar a cidade de Salvador, levá-la ao século 21, um dos motes mais repetidos pelo candidato do DEM em seus eloquentes discursos. O perguntado falou, falou, mas não respondeu. Não havia nenhum projeto.
Na réplica, Imbassahy - que já esteve junto com ACM Neto nos não tão velhos tempos do carlismo – não perdoou. Disse mais ou menos assim: pois é, não houve projeto algum em seis anos, eu não conheço nenhum... Claro que ACM Neto tentou enrolar, falou dos projetos em favor da Bahia nos quais toda a bancada baiana, inclusive ele, se une pela aprovação. Mas ficou visível o seu desconforto.
2) Quando perguntou a ACM Neto quais os projetos que ele apresentou na Câmara dos Deputados, durante seus seis anos de mandato de deputado federal, com a finalidade de modernizar a cidade de Salvador, levá-la ao século 21, um dos motes mais repetidos pelo candidato do DEM em seus eloquentes discursos. O perguntado falou, falou, mas não respondeu. Não havia nenhum projeto.
Na réplica, Imbassahy - que já esteve junto com ACM Neto nos não tão velhos tempos do carlismo – não perdoou. Disse mais ou menos assim: pois é, não houve projeto algum em seis anos, eu não conheço nenhum... Claro que ACM Neto tentou enrolar, falou dos projetos em favor da Bahia nos quais toda a bancada baiana, inclusive ele, se une pela aprovação. Mas ficou visível o seu desconforto.
Ninguém mais é carlista
(Que coisa! Talvez seja uma boa indagação a ser feita ao ex-governador Paulo Souto. Como as coisas mudam em tão pouco tempo!
Imbassahy, quando Hilton lembrou esta sua antiga condição tentando comprometê-lo com aquele escabroso caso dos grampos sofridos por adversários políticos do velho cacique, deu um chega-prá-la rapidinho, me deixa fora disso, não tenho nada a ver com isso... Até o ACM Neto agora prefere ser chamado de Neto. Uma prova de argúcia, sem dúvida, embora possa gerar um certo espanto se vemos o fenômeno dentro de um prisma mais humanista. Humanismo??!!, exclamarão, que coisa mais anacrônica!)
(Abro outro parêntese para não perder a oportunidade. Vocês já imaginaram se o velho ACM acordasse por uns momentos – este era um sonho do grande cineasta Luis Buñuel, levantar um pouquinho do túmulo e espiar nos jornais o que estava acontecendo, conforme confessa em sua bela autobiografia Meu Último Suspiro – e lhe caísse nas mãos o novo Correio. Imaginaram?).
(Abro outro parêntese para não perder a oportunidade. Vocês já imaginaram se o velho ACM acordasse por uns momentos – este era um sonho do grande cineasta Luis Buñuel, levantar um pouquinho do túmulo e espiar nos jornais o que estava acontecendo, conforme confessa em sua bela autobiografia Meu Último Suspiro – e lhe caísse nas mãos o novo Correio. Imaginaram?).
Regras do debate
Concordo com a opinião dos companheiros aqui do Mídia Baiana (nos comentários).
O debate foi bom, ou pelo menos não foi chato como se esperava. Casemiro Neto, o mediador, saiu-se muito bem (a bancada dos jornalistas, com exceção de Kertész, também). Alguém aqui apontou sua tolerância com Kertész, mas é compreensível. No entanto, o que sempre me intrigou nos debates com candidatos é o extremo rigor quanto ao tempo usado por eles nas perguntas, nas respostas, nas réplicas e tréplicas.
Realmente, considero um desrespeito, uma descortesia, como os mediadores interrompem abruptamente a fala de um cadidato. Às vezes por questão de um, dois segundos, quatro, cinco segundos, corta-se a frase com a qual se está concluindo o pensamento. Não creio que seja necessário tanto rigor. O candidato fica com cara de um menino, adolescente, admoestado pelo instrutor/professor.
Realmente, considero um desrespeito, uma descortesia, como os mediadores interrompem abruptamente a fala de um cadidato. Às vezes por questão de um, dois segundos, quatro, cinco segundos, corta-se a frase com a qual se está concluindo o pensamento. Não creio que seja necessário tanto rigor. O candidato fica com cara de um menino, adolescente, admoestado pelo instrutor/professor.
Claro que sempre há os que abusam, querem ultrapassar os limites acordados previamente, mas aí o mediador teria de ter bom senso para administrar a situação.
Um comentário:
Concordo com você, Jadson.
Kertész foi tão grosseiro que o tiro saiu pela culatra. Em vez de deixar Imbassahy constrangido, o colocou em destaque - ele soube aproveitar a situação a seu favor.
Uma coisa que esqueci no comentário anterior: a cara lavada de ACM, o Neto (gostei, Hilton 50), dizendo que os adversários querem reduzir sua experiência a um "discurso manipulado". Manipulado como, cara pálida? Prometeu a surra em Lula, agora assume as consequências. Não foi ele mesmo quem reconheceu que exagerou na dose, mas que amadureceu?
Aliás, por falar em ACM, o Neto, ele precisa se decidir se amadureceu ou se continua sendo "o menino", como diz a nova musiquinha da campanha.
Ah! Pra terminar, vocês repararam que Hilton se referiu ao Aeroporto como Dois de Julho? E de quebra ainda desencavou a ex-secretária Aldely Rocha (tudo que Imbassahy não queria).
Mônica
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