Apesar do fim da obrigtoriedade do Diploma de Jornalismo não ter alcançado na imprensa a devida repercussão. A revolta de vários setores da sociedade demonstram o quanto a Justiça desse país atenta contra nós, os cidadãos. Certamente, inclusive como já declararam, do alto de suas togas e tribunais os magistrados da mais alta corte do país não acreditam estarem em sintonia com a sociedade a que servem. Dizem que não preciam ouvir "o clamor das ruas". Isso é para deputados, senadores e afins, que pecisam de votos para a manutenção de seus postos de trabalho. Eles precisam ficar bem na fita. Os ministros do Supremo não precisam se preocupar com esses detalhes. Afinal, não precisam ficar bem na fita...
Certa vez, Chico Buarque escreveu para a peça Gota D'Água:
Tentou contra a existência, num humilde barracão, Joana de Tal, por causa de um tal João. Depois de medicada, retirou-se pro seu lar. Aí a notícia, carece de exatidão. O lar não mais existe, ninguém volta ao que acabou. Joana é mais uma mulata triste que errou. Errou na dose, errou no amor, Joana errou de João. Ninguém notou, ninguém morou, na dor que era o seu mal. A dor da gente não sai no jornal.
É assim que eu me sinto. Como a Joana de Tal, cuja dor não está estampada nos jornais. Os jornais, emissoras de TV e de rádio não ignoraram a notícia. Com raras excções, deram-na burocraticamente, como na obra acima, onde Chico relata a tentativa de suicídio de Joana de Tal por causa de um tal João. Ninguém comentou a ignomínia cometida contra os jornalistas profissionais deste país. Pessoas que defenderam os direitos humanos, que denunciaram as torturas nos porões da ditadura, que apuram e denunciam os escândalos de corrupção dos governos.
Ninguém notou, ninguém morou na dor e na vergonha que essa notícia traz para toda uma categoria profissional. Para as gerações passadas e para as que virão. Ninguém protestou nem se rebelou contra esse ato indígno que muitos prejuízos trará à população, à sociedade brasileira, à democracia... Alguns até, por incrível que pareça, comemoraram o fim do diploma. Quando falo que a dor da gente não sai no jornal, não falo apenas na dor dos jornalistas diplomados. Falo na dores da sociedade. Das dores que vivemos e das dores que viveremos.
Exercendo seus podres poderes, os homens do STF humilharam profissionais, estudantes e professores de jornalismo. Para exercerem suas "vingancinhas" contra a imprensa que os incomoda, eles ignoraram solenemente as técnicas jornalísticas e teorias da comunicação ensinadas nas universidades e alvo de estudos no mundo inteiro. O mais irônico disso tudo é que em nome da LIBERDADE DE EXPRESSÃO desregulamentaram uma profissão que sempre defendeu essa mesma liberdade.
sábado, 20 de junho de 2009
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Um comentário:
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